Instalações elétricas em cozinhas se beneficiam com modelos do tipo DR.
Por isso, essa instalação deve ser feita por profissionais com conhecimento técnico, calculando adequadamente as necessidades de utilização de energia elétrica e usando materiais de qualidade. Nessa área, não há espaço para improvisos ou gambiarras – como a utilização de fios fora de espessura recomendada ou a ligação de vários aparelhos numa só tomada.
Um dos cuidados que devem ser tomados é a utilização de disjuntores DR (iniciais de Diferencial Residual). Essa medida é exigida em algumas situações, por uma norma técnica aprovada no Brasil alguns anos atrás, mas nem sempre é cumprida – tanto por desconhecimento do tema quanto pela resistência que muitos eletricistas têm em relação a mudanças nos procedimentos que estão acostumados a seguir.
Em áreas molhadas (cozinhas e lavanderias), por exemplo, seu uso é obrigatório (ver box ao lado). O custo desses disjuntores é um pouco mais alto, mas os benefícios em termos de segurança são muito grandes. Por isso, o pequeno gasto adicional vale a pena.
Deve ser lembrado que esses disjuntores não são uma inovação recente. Há muitos anos, já são utilizados amplamente em todo o mundo. No Brasil, eles também estão presentes, mas ainda não são tão conhecidos.
Em função dessa situação, vamos explicar aqui por que utilizá-los, mostrando quais são as suas características e as vantagens que trazem.
Para começar, é importante saber que o disjuntor DR é um dispositivo elétrico de segurança. Sua função é encerrar a corrente elétrica em casos de fuga de corrente, prevenindo choques elétricos e danos a equipamentos. Essa fuga ocorre quando há mais corrente entrando do que saindo. É como se fosse um “vazamento” de corrente elétrica, que é causado normalmente por falhas de isolamento elétrico, como, por exemplo, um fio desencapado tocando a carcaça de um refrigerador.
Essa fuga é um problema sério, que precisa ser evitado. Além dos riscos de danos a equipamentos e instalações, podem gerar choques elétricos fatais, mesmo que a fuga seja de pequena intensidade (30 microampères).
Para detectar fugas, esse disjuntor avalia a corrente elétrica que entra e a que sai do aparelho elétrico. Quando a diferença ultrapassa um determinado limite, o dispositivo desarma automaticamente. Há disjuntores projetados para diferentes sensibilidades, como pode ser visto na tabela abaixo. Nos modelos mais utilizados, a sensibilidade costuma estar em torno de 30 mA (ver tabela abaixo).
É preciso ficar atento para o fato de que o disjuntor DR não é capaz de eliminar totalmente o risco de choque elétrico. Ele não identifica curtos circuitos entre as fases ou entre fase e neutro, nem sobretensões. Por isso, outros mecanismos de segurança como fusíveis, disjuntores, aterramento e isolamento elétrico adequado devem ser utilizados em conjuntos com o disjuntor DR.
Atenção: Se o disjuntor desarma com frequência e sem motivo aparente, é necessário fazer uma verificação mais cuidadosa. Não adianta apenas trocar o disjuntor por outro de maior capacidade, como alguns profissionais fazem. Se não encontrar a causa do problema, procure a ajuda de um especialista.
Checando o compressor
Em relação aos compressores Embraco, deve-se destacar que eles passam por rigorosos testes antes de chegar aos clientes, o que evita que ocorram fugas de corrente.
Porém, quedas e choques no transporte, instalação incorreta ou eventuais problemas internos no motor podem ocasionar esse problema. Antes de tirar qualquer conclusão, primeiramente é necessário verificar se a fuga de corrente realmente está sendo causada pelo compressor. Outros acessórios do refrigerador como o ventilador podem ser a causa desse problema.
Para checar a condição do compressor, ligue os terminais do ohmímetro ao pino comum do terminal hermético e ao terminal de aterramento do compressor. Com uma tensão de 500 V (DC) a leitura deverá indicar uma resistência acima de 2,0 MΩ. Na falta de ohmímetro, use uma lâmpada de teste da seguinte forma: ligue uma das pontas de prova ao borne comum do terminal hermético e outra ao terminal de aterramento do compressor. Se a lâmpada acender, troque o compressor.
NORMA ESTABELECE USO OBRIGATÓRIO EM ALGUMAS SITUAÇÕES
No Brasil, a norma técnica NBR 5410, de 2004, que regula as instalações elétricas de baixa tensão, estabelece a obrigação de usar o disjuntor DR nos seguintes casos:
• Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais que contenham chuveiro ou banheira.
• Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas externas à edificação.
• Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equipamentos na área externa.
• Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas normalmente molhadas ou sujeitas a lavagens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fiquem a vontade para fazer suas perguntas relacionadas com as postagens. Assim você tira suas dúvidas e interage com outras pessoas!